Afinal
os nossos heróis são pessoas simples, aliás como todos os heróis. A sua
heroicidade vem muitas vezes da sua simplicidade e da capacidade de serem
felizes com muito pouco.
Então
e de forma puramente aleatória, ei-los:
Abrimos a nossa galeria com uma das figuras
mais carismáticas da OASIS, o Ivan, o
querido homenzinho atarefado.Com certeza que todos concordarão….
Cresceu, está mais homem como é óbvio, mais magro e mais sofisticado. A
sua grande vontade de comer continua paralela à grande, grande vontade de
viajar. Apenas o destino é outro, mas sempre longínquo para enfatizar a carga
dramática que quer imprimir ao seu discurso e para provocar em nós muitas
saudades.
Se antes sonhava ir à Nova Zelândia vá-se lá
(saber porquê?), agora o seu destino de eleição é, definitivamente, a Polinésia
francesa.
Há dias foi-lhe proporcionado o baptismo de
voo: um passeio de avioneta sobre Fátima e arredores. Não teve medo nenhum, a
única preocupação foi mesmo a de saber que país estaria a sobrevoar.
Claro
que aproveitei a deixa maravilhosa da Polinésia para fazer novas investidas no
campo da ternura…
Assim
comecei por informá-lo de que iria ficar com o coração partido, quando ele
fosse para a Polinésia. As saudades seriam tantas…
E não sabia se a cola-tudo seria apropriada
para colar corações partidos…
Ficou
pensativo…. e voltou a perguntar:
- Vais
ter saudades?
-
Tantas, tantas…
-
Longe?
-
Longíssimo!
Pensou, pensou, mas não se demoveu: iria à
Polinésia francesa em Outubro, custasse o que custasse e ponto. Que eu ficasse
com o coração partido em mil pedacinhos, o meu bom amigo não se ralava muito.
Então foi a minha vez de dramatizar:
-
Imagina que o meu coração se parte num dia de vendaval….os bocadinhos vão ser
levados pelo vento e sabe-se lá onde vão parar….Vai ser difícil encontrar os
aurículos, os ventrículos e a artéria aorta. Escusado. O amigo de Peniche
estava empedernido…
As preocupações do querido Homenzinho são
imensas, enormes e não o deixam ter um momento de descanso: eles são viagens,
eles são bolos ou companhias aéreas ou submarinos. Enfim um constante
sobressalto. Apesar de o seu destino de eleição ser agora a Polinésia francesa,
não pôs de lado a sua antiga vontade de ir à Nova Zelândia. Assim, na mesma
viagem quer ir aos dois lados. Precisa de um submarino e de um avião. Será que
algum avião é suficientemente espaçoso para comportar um submarino?
Coisas
da sua imaginação, mas que são um verdadeiro tormento para aquela cabecinha.
Descobri, finalmente, porque precisa de um submarino e de um avião para
ir à Polinésia. Como é formada por muitas ilhas (já se informou na Internet) e
ele não sabe nadar, quer o submarino para se deslocar entre elas e o avião é
para a viagem, propriamente dita. Sugeri uma jangada em vez do submarino. É
mais fácil de transportar…
Eis senão quando, surge outro problema: o Ebola.
Depressa
me apercebi que tinha sido injustíssima Fiz sofrer o pobrezinho Não é que
acreditou na história do coração partido? Anda aflitíssimo com a ideia de eu
ter de ser operada Rapidamente o tranquilizei porque, felizmente, a cientista
portuguesa Maria Pereira, sem saber, evidentemente, veio em nosso auxílio
Comuniquei ao Ivan a sua recente descoberta: um adesivo que permite reparar mais facilmente defeitos
cardiovasculares. Os cientistas portugueses Maria José Pereira e Lino Ferreira
são co-autores de um artigo, publicado na última edição da revista científica
“Science Translational Medicine”, que explica esta descoberta.
. No fim de contas, o meu amigo não era tão de
Peniche como julguei, mas de coração mesmo! E, perdoem-me, mas isto deixou-me
particularmente feliz. Massajou-me o ego…
FC
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