Introdução
Desde 2011 que a OASIS, com a perspetiva da melhoria dos seus
serviços, tem vindo a trabalhar para obter a certificação de qualidade das suas
respostas sociais C.A.O (Centro de Atividades Ocupacionais) e LRE (Lar
Residencial). Em 04 de Outubro de 2013, após auditoria realizada por uma
entidade externa acreditada (APQ – Associação Portuguesa da Qualidade), foi
concedida à nossa Instituição a Certificação de Qualidade EQUASS (European
Quality for Social Services, nível Assurance). Assim, garantimos que as nossas
práticas em dimensões tão distintas como a da ética, participação,
desenvolvimento de parcerias, recursos humanos e promoção da qualidade de vida
dos nossos clientes, estão ao nível do melhor que se pratica em centenas de
organizações semelhantes no espaço Europeu.
O Plano Anual de Atividades da Instituição é um dos processos
chave, que permite operacionalizar todas estas dimensões. O documento contempla
o conjunto de projetos, atividades, ações desenvolvidas e demais eventos que
dinamizam de modo ativo e dão o mote para uma “OASIS” que se quer viva, presente, dinâmica e
em constante progresso.
Assume-se
como fundamental na medida em que operacionaliza a Missão, a Visão, a Política
e as Estratégias de Projeto, assim como permite o
desenvolvimento de competências essenciais e transversais em contextos
diversificados.
Por conseguinte, integra os projetos e atividades,
apresentados pelas diversas estruturas, destinadas aos intervenientes:
clientes, famílias, colaboradores, parceiros, financiadores, fornecedores e
restantes elementos da comunidade (Stakeholders).
Ttodas as ações estão interligadas na concretização de um
objetivo comum: a construção de uma Instituição solidária de forma a
desenvolver as capacidades dos nossos clientes.
A OASIS tem como Fundamentação, as 3 MÁXIMAS - Visão, Missão e Valores:
- Constituir-se como uma Instituição de referência na área de reabilitação, inclusão social e do exercício da cidadania plena da pessoa com deficiência.
Missão:
- Prestar
serviços de qualidade que promovam a reabilitação e a inclusão das
pessoas com deficiência e das suas famílias.
A
prática da Instituição assenta nos seguintes
Valores:
Solidariedade –
Assume o trabalho em equipa como garantia da qualidade dos serviços.
Participação -
Participa de forma ativa e consciente para a melhoria do desempenho da
organização.
Responsabilidade –
Age de acordo com a missão, as políticas e os requisitos do cargo e justifica
as suas próprias ações.
Integridade –
Respeita os deveres e os direitos de todas as partes interessadas e as
regras organizacionais de conduta.
Confidencialidade –
Restringe o conhecimento de dados dos clientes e dos colaboradores às pessoas
que deles necessitam para o exercício funcional do cargo.
Rigor –
Toma decisões com base em factos e executa tarefas e registos conforme definido
nos procedimentos.
Privacidade –
Respeita espaços e tempos afectos à fruição dos clientes.
Transparência –
Comunica aos sócios, clientes e responsáveis os dados relativos ao desempenho
da organização na área da qualidade e na área económica.
Equidade –
Trata de todos os clientes, familiares e outras partes interessadas segundo os
procedimentos e, na ausência de acção prevista, actua de acordo com o valor da
responsabilidade.
Comunicabilidade –
Comunica de forma eficiente e eficaz, respeitando a hierarquia da organização.
Política da Qualidade:
A
organização define, implementa e controla o seu compromisso com a satisfação
das necessidades e expectativas legítimas dos clientes e de outras entidades
interessadas. Para garantir a execução da política da qualidade, a organização
deve controlar a conformidade e a melhoria contínua dos processos. A gestão da
qualidade deve melhorar a sustentabilidade da organização.
Estratégias:
A OASIS
está empenhada na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos com deficiência e
das suas famílias através das seguintes estratégias:
Melhorar
continuamente a qualidade dos nossos serviços através da implementação do
sistema de gestão da qualidade;
Promover
ações formativas junto dos colaboradores da Instituição, num espírito de
melhoria contínua;
Envolver
dirigentes, colaboradores, clientes, famílias e comunidade na persecução e
concretização das políticas Institucionais;
Promover
serviços e ações que visem a integração, reabilitação e inclusão dos nossos
clientes;
Promover ações de angariação de fundos e o desenvolvimento de parcerias tendentes à auto-sustentabilidade da Instituição.
Sistema de Gestão da Qualidade
MODELO
DE QUALIDADE DE VIDA DA O.A.S.I.S.
A OASIS define, implementa e controla o seu compromisso relativamente ao seu desempenho no domínio da qualidade de vida dos seus clientes. Para tal, define o conceito de Qualidade de Vida (QV) e evidencia a sua aplicação através da relação das suas diferentes dimensões e as atividades, práticas e atitudes que o operacionalizam.
Apesar da diversidade de modelos conceptuais propostos para delimitar o conceito de qualidade de vida, existem alguns aspetos consensuais:
1. É uma medida que varia ao longo do tempo;
2.
É uma medida subjetiva, que parte da perceção dos
indivíduos sobre as diferentes dimensões
constituintes da sua vida;
3.
A QV deve ser avaliada a diferentes níveis, bem-estar
global e em domínios específicos no
quadro da interação do indivíduo com os seus contextos de vida.
A OASIS define a QV da seguinte forma:
“Qualidade de Vida é a perceção do indivíduo acerca da sua posição na vida, de acordo com o contexto cultural e os sistemas de valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expetativas, padrões e preocupações” WHOQOL group
A Qualidade de Vida é, assim, um conceito amplo e complexo que inter-relaciona o meio ambiente com aspetos físicos, psicológicos, nível de independência, relações sociais e crenças pessoais. Schalock (Schalock, 2000, citado por CRPG, 2004 (1)) propôs que a qualidade de vida fosse definida como um conceito que reflete as condições de vida percecionadas como desejáveis pelo indivíduo em oito domínios fundamentais:
· Bem-estar emocional;
·
Relacionamento interpessoal;
·
Bem-estar material;
·
Desenvolvimento pessoal;
·
Bem-estar físico;
·
Autodeterminação;
·
Inclusão social;
·
Direitos.
Com o intuito de favorecer a inteligibilidade e a aplicação do conceito, estas dimensões foram reestruturadas nos três domínios que a seguir se explanam (CRPG, 2004, adaptado).
· Desenvolvimento pessoal
Reporta
ao conjunto de relações que configuram as estruturas de competência,
articulando-se com os padrões de ação humana. Este processo caracteriza-se por
um mecanismo através do qual os indivíduos ganham competência, controlo e
influência sobre um conjunto de assuntos significativos, no âmbito das
múltiplas relações com os contextos em que se inscrevem. Deste modo, a dimensão
comporta a perceção de competência pessoal numa dada situação interacional,
seja no contexto das relações interpessoais, seja no exercício da
autodeterminação.
Nesta
perspetiva, pode-se analisar as perceções pessoais sobre a densidade e
qualidade da rede de suporte social, desenvolvimento de competências de
comunicação, autonomia, autoeficácia, liderança e advocacy.
· Bem-estar
Respeita
às condições de vida percecionadas como desejáveis pelo indivíduo em três
domínios fundamentais: bem-estar emocional, bem-estar físico e bem-estar
material. Nesta dimensão releva-se a forma como as pessoas pensam sobre si
próprias, incluindo domínios específicos de perceção de aceitação da
deficiência, satisfação da interação com os contextos de vida e perceção
individual sobre a relação entre a aspiração e a realização num conjunto de
domínios, tais como: mobilidade, lazer, atividades de vida diária, bens,
rendimentos, entre outros.
· Inclusão social
Refere-se
às oportunidades para controlar as interações com os contextos circundantes e
influenciar as decisões com impacto nos projetos de vida. Esta dimensão
incorpora um conjunto de mecanismos, através dos quais os indivíduos aprendem a
identificar relações próximas entre os seus objetivos e as formas para os
atingir, ganhando um acesso e controlo mais amplos sobre os recursos. Nesta
perspetiva, interessa promover os impactos nos domínios da
empregabilidade/ocupacional, cidadania e direitos.
Os três domínios apresentados anteriormente, contribuem diretamente na capacidade de empowerment dos clientes.
O
empowerment é considerado pela Instituição como o objetivo mais relevante a
alcançar, de modo a possibilitar aos clientes todos os meios necessários para
manifestarem as suas necessidades, expectativas, interesses e acima de tudo
possam cumprir com os seus deveres e reivindicar, se necessário, os seus
direitos.
A
OASIS, recolhe e trata sistematicamente dados (inquéritos e escalas) referentes
à QV dos seus clientes e faz refletir os resultados obtidos na construção de
Planos Individuais que se operacionalizam nas suas Respostas Sociais, CAO e
LRE.
A
OASIS, em função das atividades que proporciona e recursos humanos disponíveis
em cada Resposta Social, promove a QV dos seus clientes em todos os domínios
atrás referidos.
Dimensões da qualidade de vida e exemplos de
apoio individualizado
Desenvolvimento pessoal
Treino
de competências funcionais.
Autodeterminação
Eleições,
participação em decisões, metas pessoais.
Relações
interpessoais
Fomento
de amizades, proteção da intimidade, apoio prestado às famílias e
relações/interações comunitárias.
Inclusão
social
Papéis
comunitários, atividades comunitárias, apoios sociais.
Direitos
Privacidade,
responsabilidade civil, respeito e dignidade.
Bem-estar
Emocional
Ambiente
estável, segurança, reforço positivo, mecanismos de autoidentificação
(espelhos, etiquetas com nome).
Bem-estar
Físico
Atenção
médica, mobilidade, exercício, nutrição.
Bem-estar
Material
Bens
materiais, emprego/ASU (remunerado).
Nota: Considerando que o Modelo da Qualidade de Vida se constitui como um referencial de análise para os vários momentos de monitorização e avaliação, alguns dos indicadores podem ser mais ajustados para uma fase mais inicial do projeto de desenvolvimento individual e outros para fases mais posteriores. Devem ainda ser observadas as especificidades dos clientes.
Domínio Desenvolvimento Pessoal
Relações Interpessoais
Perceção da densidade e qualidade da rede de suporte social;
Perceção
da densidade e qualidade das interações emocionalmente significativas;
Perceção
de desenvolvimento pessoal no desempenho de papéis relativamente a problemas
emocionais/ de saúde;
Sociabilidade
Perceção de desenvolvimento no domínio das competências sociais e de comunicação;
Perceção da realização pessoal;
Perceção da autonomia;
Responsabilidade
Perceção sobre a relação entre os compromissos estabelecidos e os investimentos realizados;
Nível de responsividade da interação com a estrutura familiar/significativos;
Perceção de progressão/desenvolvimento – relação entre
oportunidades/investimentos de educação/aprendizagem ao longo da vida;
Perceção de competências de adaptação ao trabalho – relação entre o nível
de mudança/esforço investido;
Perceção da tolerância à frustração;
Perceção de auto-eficácia.
Autodeterminação
Liderança
Perceção sobre as oportunidades/investimento no exercício de papéis na
comunidade;
Perceção sobre oportunidades/investimento/resultado no exercício da
tomada de decisões;
Perceção de controlo pessoal;
Perceção de desenvolvimento dos objetivos/valores pessoais;
Advocacy
Perceção do conhecimento e defesa dos direitos individuais e de grupo;
Empowerment psicológico
Perceção sobre o controlo dos agentes sociais e sobre a capacidade para
influenciar os cursos de ação desses mesmos
agentes.
· Bem-estar Emocional
Perceção individual de segurança;
Perceção individual de estabilidade;
Perceção individual de stresse;
·
Conceito de si próprio;
·
Perceção individual de progressão do nível de
aceitação da deficiência e incapacidade;
·
Perceção individual de satisfação da interação
com os contextos de vida;
·
Perceção individual de solidão.
·
Físico
·
Perceção individual de saúde;
·
Perceção individual sobre a relação entre a
aspiração e a realização nos seguintes domínios:
a)
Alimentação;
b)
Lazer;
c)
Mobilidade;
d)
Atividades da vida diária;
e)
Competência para cuidar de si próprio;
f)
Competência de manutenção e de segurança no lar;
g)
Atividade física.
Perceção
de progressão em relação aos sintomas de doença crónica/aguda.
a)
Material
Perceção
individual sobre a relação entre a aspiração e a realização nos seguintes
domínios de:
a)
Bens;
b)
Rendimentos.
- Inclusão Social
- Empregabilidade/ocupacional
- Perceção pessoal sobre o conhecimento dos recursos de
apoio no domínio ocupacional/ de empregabilidade;
- Perceção pessoal sobre o nível de mobilização/resultado
dos serviços de apoio no domínio ocupacional/ de empregabilidade;
- Carreira – nº de experiências de atividades ocupacionais
(no mesmo contexto e em contextos diferentes) e grau de satisfação
associado;
- Mobilidade – nº de atividades ocupacionais desempenhadas
e grau de satisfação associado; possibilidade de encaminhamento para
estruturas de formação/emprego;
- Perceção pessoal sobre o sentido de progressão das
competências mobilizadas na realização de atividades ocupacionais;
- Perceção de investimento no desempenho de atividades de
carácter ocupacional.
Cidadania
- Associativismo – oportunidades/investimento no exercício
de papéis em associações comunitárias;
- Perceção das oportunidades de participação/investimento na rede de apoio, no domínio das atividades de:
a) Voluntariado;
b)
Políticas.
- Perceção de desenvolvimento do domínio/interesse de
assuntos da atualidade;
- Auto-eficácia coletiva/individual – perceção da relação
entre investimento/ resultado na participação comunitária;
- Perceção pessoal de tolerância social.
- Direitos
- Perceção pessoal de oportunidades/investimento no
exercício de papéis de domínio político;
- Perceção de progressão em relação ao
conhecimento/mobilização dos recursos comunitários;
- Perceção pessoal na adesão às normas cívicas;
- Perceção de progressão em relação ao conhecimento/mobilização de oportunidades no domínio da educação e da esfera cívica.
NOTA: Os indicadores apresentados remetem para a perceção do indivíduo, dado
que a Qualidade de Vida é um conceito dotado de uma componente subjetiva. Não
obstante, devem ser consideradas as perceções dos significativos, bem como
analisadas informações factuais relativas aos indicadores apresentados.
Considerando
que o Modelo da Qualidade de Vida se constitui como um referencial de análise
para os vários momentos de monitorização e avaliação, alguns dos indicadores
podem ser mais ajustados para uma fase mais inicial do projeto de
desenvolvimento individual e outros para fases mais posteriores. Devem ainda
ser observadas as especificidades dos clientes.
Sem comentários:
Enviar um comentário